Projetos


Pesquisa, Ensino e Extensão

PROJETOS DE PESQUISA EM ANDAMENTO

2020 – Atual

Histórias às margens: geografias políticas mundiais e fronteiras territoriais indígenas entre os Andes e a Amazônia no periodo (pré)colonial e suas repercussões contemporâneas

Descrição: Esta pesquisa tem como objetivo a compreensão do uso da noção de fronteira (Barth 1969) e os seus efeitos no sentido de obliterar as múltiplas e ainda pouco exploradas relações entre as terras baixas da Amazônia e as áreas altas da região Andina, mais especificamente a área localizada atualmente entre as porções leste da Bolivia e do Peru e a Amazônia ocidental brasileira. Nesse sentido, busca fluidificar uma dicotomia instaurada ainda no período colonial entre as chamadas civilizações Andinas e as zonas florestadas das terras baixas, ocupadas por populações indígenas que ficaram conhecidas como ahistóricas, com formas sociais menos estáveis, e cujas formas de organização seriam horizontais, sem a formação de um Estado (CLASTRES 2003). Consolidada no século XX pelas categorias classificatórias de cunho evolucionista promulgadas no Handbook of South American Indians no âmbito da Antropologia, essa ruptura foi decisiva tanto para orientar os recortes acadêmicos posteriores acerca das populações ameríndias, quanto para oficializar uma certa historia destas populações e regiões (Monteiro 1994, Carneiro da Cunha 1992, Almeida 2017, Sposito 2006). Refletir sobre as sobreposições e articulações entre as populações dessas regiões separadas à época da conquista espanhola e portuguesa, pode nos revelar formas de interações interétnicas que vão além das fronteiras sócio-ambientais tão reificadas nas categorizações ocidentais.Os modelos de cultura ocidentais pautados em torno do poder do Estado, da economia agrícola e da materialidade monumental da permanência, reencontrado na noção de Patrimônio Cultural ?de pedra e cal? no início do século XX se opunham aqui a transitoriedade dos ritmos da caça e coleta, manejo agroflorestal e construções orgânicas. Para tanto, volto-me para a análise de fontes históricas, arqueológicas e etnográficas que possam fornecer indícios das distintas relações estabelecidas entre as diversas populações indígenas que viviam nesta região extrapolando as fronteiras estabelecidas.

Integrantes: 

Coordenação

Profa. Dra. Juliana Salles Machado

Profa. Dra. Roseline Mezacasa

Pesquisadores Associados

Profa. Dra. Myrtle Pearl Shock -Arqueologia 

Profa. Dra. Carolina Coelho Aragon – Linguistica

Dr. Fabrício Ferraz Gerardi – Linguistica Computacional

Dr. André Braga Junqueira – Etnobotânica

Profa. Dra. Carla Jaimes Betancourt -Arqueologia

Dr. Cristiana Bertazoni – História/Arqueologia

 

Estudantes Integrantes

Lucas Soares Carminati -TCC e IC/UFSC

Rafael Carbonar -Mestrando/UFSC

Palavh Gavião – colaborador/ UNIR

Marciana Cassupá OroMon –  Bolsista Extensão/UNIR

Natanael Pabikar Suruí – IC /UNIR

Leonardo Arara – colaborador/UNIR

Makurap – Bolsista Extensão/UNIR

Financiador(es): 

Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – Chama da Universal

UFSC – Bolsas de IC (2)

UNIR – Bolsa IC (1)

UNIR – Bolsa Extensão (2)

 

PROJETOS DE EXTENSÃO EM ANDAMENTO
 
2020 – Atual
 
Uyruma.org Museu digital de História Indígena
Descrição: O intuito deste projeto é contribuir para dar visibilidade a uma escassa ainda que crescente reflexão sobre Histórias Indígenas no Brasil a partir de perspectivas interdisciplinares e colaborativas. Busca-se divulgar os resultados dos esforços de uma rede já existente de colaboração de pesquisa entre historiadores, arqueólogos, antropólogos e mulheres e homens indígenas e ribeirinhos, acerca de passado e presente ameríndio (Machado 2018). É apenas com um maior número e maior diversidade de formas de olhares sobre as histórias indígenas, com uma crescente reflexão sobre nossas atuações como pesquisadores e cientistas e sobre os desafios metodológicos que temos que superar para atingir tais abordagens, que conseguiremos construir um quadro mais simétrico sobre o passado e o presente ameríndio e das sociedades tradicionais e sobre o nosso papel enquanto profissionais que atuam na construção de uma história descolonizante (Bergamaschi 2014; Silva et al 2017; DeSousa Santos 2005). Para o desenvolvimento desta proposta utilizarei a compilação e escrita de biografias de homens e mulheres indígenas (autobiografias contemporâneas das colaboradoras da pesquisa, biografias feitas através entrevistas – presenciais e/ou escritas – com lideranças atuais e através da compilação de fontes etnohistóricas) que serão sistematizadas em um banco de dados digital e divulgados a partir da criação de um Museu Digital de História Indígena. Esta proposta contempla assim ações integradas de pesquisa interdisciplinar e práticas decoloniais colaborativas que focam seu interesse no fortalecimento do diálogo entre produção do conhecimento científico e as formas próprias de ensino-aprendizagem dos povos indígenas e sociedades tradicionais (conforme já praticado pela autora ver Machado 2015). Tais ações serão implementadas através de redes de troca e colaboração já estabelecidas entre a autora e interlocutores indígenas nos últimos dez anos de pesquisa acadêmica e atuação profissional (ver Machado 2019, 2015), sobretudo através do projeto de pesquisa e extensão Fág.Tar.
 
Integrantes: 
Coordenação:

Profa. Dra. Juliana Salles Machado 
Pesquisadores/Colaboradores

Profa. Dra. Adriana Kaingang – História Indígena 

Roger Silva – audiovisual e diagramação

Ana Claudia Colombera – diagramação

Fernanda Hinnig – Diagramação 

Me. Francisco Abraão Gonzaga – Arqueologia

Estudantes Egressos

Fernanda Buttini Barczak

João Vitor Camargo

Sara Lima 
Financiador(es): 

Universidade Federal de Santa Catarina – Bolsa Extensão (4)

2018 – 2023- Fág.Tar. A Força Delas. Mulheres e Territorialidades no passado/presente entre sociedades indígenas e tradicionais no Brasil
Descrição: O intuito desta pesquisa é contribuir para uma ainda escassa reflexão sobre as práticas, seus efeitos e significados, das mulheres indígenas e de sociedades tradicionais nos processos territoriais, a partir de perspectivas interdisiplinares e colaborativas. Busca-se consolidar no âmbito desta pesquisa uma rede já existente de colaboração entre historiadoras, arqueólogas, antropólogas e mulheres indígenas e ribeirinhas, numa tentativa conjunta de compreender as práticas, os papéis e processos de identificação/reconhecimento e representação, conquistados e atribuídos às mulheres particulamente nos contextos de formação, uso manutenção e significação de seus territórios. Para o desenvolvimento desta pesquisa utilizarei três abordagens metodológicas: a compilação e escrita de biografias de mulheres; análise dos dados de pesquisas etnoarqueológicas; e a sistematização de dados arqueológicos, históricos e etnográficos publicados sobre a temática relacionada às mulheres e suas relações com os processos de territorialidade. O desenvolvimento desta pesquisa, visa assim diminuir a invisibilidade da mulher nas narrativas históricas, pré-coloniais, coloniais e do tempo presente no contexto brasileiro, em contraposição à sua presença constante nos mitos e sua importância nas formas de organização, liderança e representação social indígena desde a conquista européia até os dias de hoje, particularmente no manejo territorial, agricultura e luta pela terra.. 
Coordenação:

Profa. Dra. Juliana Salles Machado 

Dra. Jozileia Daniza Kaingang 

Pesquisadores/Colaboradores

Profa. Dra. Adriana Kaingang – História Indígena 

Roger Silva – audiovisual e diagramação

Ana Claudia Colombera – diagramação

Fernanda Hinnig – Diagramação 

Financiamento:

CNPq