Trabalhos de Conclusão de Curso defendidos na Graduação em Licenciatura Intercultural Indígena do Sul da Mata Atlântica

2014

Práticas culturais Kaingáng na Terra Indígena Xapecó: Relatos sobre a caça e pesca na aldeia Olaria

Gilmar Mendes dos Santos
Paulo Roberto dos Santos
Orientador: Sandor Fernando Bringmann

Resumo: O presente trabalho foi desenvolvido na TI Xapecó, na Aldeia Olaria, com o objetivo de demonstrar as técnicas de caça e pesca que sempre fizeram parte das práticas culturais Kaingáng. E com esse tema, fomos levados a ter grande interesse em voltar a praticar essas técnicas. Mesmo porque isso já está sendo esquecido. Para isso, buscamos auxílio com os sábios Kaingáng e também com algumas referências bibliográficas que estudaram o tema. Nossa meta principal é que o mesmo venha a ser lido e divulgado tanto entre os indígenas, quanto os (fóg) não indígena, para que os mesmos compreendam um pouco mais como é rico o universo cultural Kaingáng.

2014

CASAMENTO KAINGANG: PASSADO E PRESENTE DA TERRA INDÍGENA XAPECÓ

Claudemir Pinheiro
Orientador: Sandor Fernando Bringmann

Resumo: A partir do contexto cultural, a presente pesquisa aborda as temáticas de casamento no passado e na atualidade entre os kaingang da Terra Indígena Xapecó (SC). A intenção desta pesquisa é investigar se ainda acontece casamento tradicional ou só casamento da atualidade. Nesta ocasião será discutido ao longo da pesquisa alguns conceitos que eram muito importantes nos casamentos, entre eles estão: as definições de cultura, identidade e etnia. Embora nos utilizemos de algumas referências bibliográficas para o desenvolvimento deste estudo, é a metodologia da história oral que predomina na pesquisa, através das entrevistas com os velhos e jovens kaingang da Terra Indígena Xapecó.

2014

BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS KAINGANG

Charles Marcos Luiz
Orientador: Sandor Fernando Bringmann

Resumo: A partir de um contexto cultural, essa pesquisa aborda a temática da Infância Indígena brinquedos e brincadeiras na aldeia pinhalzinho Terra Indígena Xapecó-SC. Busco investigar a Infância Indígena Kaingang demonstrar os brinquedos e brincadeiras de hoje e do passado também compará-las com a minha infância. Ao longo da pesquisa buscarei trazer no contexto escolar o modo de aprendizagem das crianças relacionado às vivências da infância ligadas ao ambiente natural e social dentro da aldeia pinhalzinho.

2014

Mudanças na Língua Guarani Falada na Aldeia Piraí/Araquari/SC

Cecília Brizola
Orientadora: Helena Alpini Rosa

Resumo: Escolhi esse tema da Língua Guarani antiga e como escrever no papel pensando em meu povo e meus alunos. A minha mãe Dona Marta Benite falou para eu escrever as palavras mais antigas Guarani porque os jovens já não falam mais, por isso que os mais velhos queriam que eu escrevesse sobre as palavras mais antigas. Então comecei a pesquisar sobre as palavras mais antigas para conhecer e entender. Também não era fácil conversar com minha mãe, porque ela, quando fala disso fica muito triste, mas mesmo assim me ajudou muito a entender como é bom usar as palavras que os mais velhos usam e que não são erradas. Não é fácil escrever as palavras antigas, mas eu pedia a Ñhanderu para me dar forças e apesar de passar dificuldades, consegui escrever muita coisa boa e aprendi também com ela, a Dona Marta. Assim, com este Trabalho de Conclusão de Curso posso ensinar os alunos da escola de minha comunidade. Foi muito bom fazer este trabalho, porque me ensinou muita coisa boa.

2014

BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS ANTIGOS DOS GUARANI DE LINHA LIMEIRA, TI XAPECÓ, SC

Silvones Karai Martins
Orientadora: Helena Alpini Rosa

Resumo: O objetivo do presente trabalho é apresentar como que são as brincadeiras de antigamente dos Guarani e como teve variações no modo de brincar das crianças. Muitas das brincadeiras não fazem ou não brincam mais. Com esse trabalho vou demonstrar de as maneiras simples de fazer com que crianças se divirtam com poucos materiais, que a própria natureza se encarrega de dar essa diversão, que muito dos brinquedos são importantes para o desenvolvimento das crianças, mostrando que essas formas mais divertidas estão se perdendo e que é um grande valor cultural. O texto mostra que muito dos brinquedos são simples de se fazer, masque muitos dos pais não ensinam mais seus filhos. Nossos avós nos contam de como eles faziam para brincar com seus amigos e de como que teve mudanças nas formas de brincar, apesar de algumas crianças fazer o uso dos brinquedos tradicionais da etnia Guarani. Entrevistas de pessoas mais velhas da comunidade contando de como que eram essas brincadeiras fazendo com que elas voltem no tempo e nos contando de como eram os brinquedos e como se brinca, que os brinquedos não é só o objeto em si, mas a forma de brincar buscando esses objetos e fazendo com que ele se torne um brinquedo e assim descobrindo maneiras e formas diferente de ter diversão. Mostrar para profissionais da Educação Física, principalmente das escolas indígenas, mudar os seus planejamentos, buscando essas formas culturais de brincadeiras de acordo com sua etnia ou usando de outras que muitas fazem com que as crianças tenham uma coordenação motora boa e um desempenho maior em toda sua vida. 

2014

AGRÍCULTURA TRADICIONAL GUARANI

Ronaldo Antônio Barbosa 
Orientadora: Helena Alpini Rosa

Resumo: No presente Trabalho de Conclusão de Curso a pesquisa em questão é sobre agricultura tradicional Guarani em três aldeias: M’Biguaçu, Mymba Roka e Ygua Porã, todas localizadas no município de Biguaçu e tem por objetivo mostrar que ainda é praticada agricultura tradicional nessas aldeias e em outras aldeias também. A agricultura está presente e faz parte de nossas vidas e está ligada ao mundo espiritual, sendo assim as histórias orais serão o ponto de partida sobre ontem e hoje. E dessa maneira, iremos abordar como essa agricultura tradicional vem se mantendo ao longo dos tempos, onde devemos tomar certas precauções ou cuidados, para que a cultura dos não indígenas não se sobreponha nesse ciclo e aconteça a ruptura com as verdadeiras raízes tradicionais. As formas de cultivo tradicional Guarani passam pelo mundo espiritual, no sentido de consagrar o milho como uma forma de manter viva a essência da cultura, através do batismo das crianças com o nome em Guarani. A agricultura tradicional deve então continuar em sua rota traçada pelos anciões, no sentido de reforçar esse aprendizado e contrapor a agricultura atual presente em certas aldeias, já contaminada com práticas de agricultura dos não indígenas. O esforço dessas comunidades indígenas no presente busca mostrar o espírito de verdadeiras guardiãs da cultura na prática da agricultura tradicional, deixando como herança às futuras gerações dos Guarani.

2014

CALENDÁRIO COSMOLÓGICO: OS SÍMBOLOS E AS PRINCIPAIS CONSTELAÇÕES NA VISÃO GUARANI

Geraldo Moreira
Wanderlei Cardoso Moreira
Orientadora: Helena Alpini Rosa

Resumo: Este TCC constitui-se numa pesquisa de muito tempo, onde nós investigamos os conhecimentos milenares do Sr. Alcindo Whera Moreira, sobre “os símbolos, o tempo e as principais constelações na visão Guarani. A visão do universo e a reflexão da sabedoria dos nossos ancestrais através da espiritualidade. A partir deste tema que surgiram ideias para trabalhar em conjunto com a comunidade escolar fazendo pesquisas e trazendo novos horizontes e novos olhares. Tais conhecimentos são transmitidos gerações, pois gerações e aprimoradas na oralidade que ajudam no estabelecimento de calendários Guarani. Com esses estudos, tenho plena certeza que a gerações futuras terão a capacidade de entender o seu valor cultural. Abrangendo assim todos os mitos contados pelos anciões Guarani sobre o entendimento no mundo espiritual e cosmológico. Eu saliento que esta pesquisa e uma parte do nosso trabalho feito na comunidade juntamente com uma pessoa muito querida pelo nosso povo Guarani. Essa pesquisa tem uma ligação com a história do sol e da lua, a mitologia Guarani antiga, desde o surgimento do mundo e a cosmovisão dos nossos ancestrais, trazendo assim o conhecimento e entendimento para esse mundo atualizado. A constante busca pelo aprendizado, seja na cosmovisão Guarani, aliada ao conhecimento científico, nos remete à constantes indagações de como moldamos o pensamento Guarani, que como já destacamos ao longo desta pesquisa, não é algo estático, nem tampouco imutável. As demandas que surgem ao longo dessa jornada do pensamento Guarani são sempre debatidas no coletivo. Com astronomia própria dos Guarani conhecia o tempo de colheita, a contagem de dias, meses e anos, a duração das marés, a chegadas das chuvas. Desenhavam no céu histórias de mitos, lendas e seus códigos morais, fazendo do firmamento esteio do seu cotidiano.

2014

A Formação do Kujá e a relação com seus guias espirituais na Terra Indígena Xapecó-SC

Adriana Aparecida Belino Padilha de Biazi
Terezinha Guerreiro Ercigo 
Orientadora: Ana Lúcia Vulfe Nötzold

Resumo: Através deste trabalho é possível compreender um pouco mais sovre a cultura Kaingang desde o mito de surgimento do povo, as marcas tribais ou metades exogâmicas kamẽ e kanhru, bem como, acontece o processo de formação de um Kujá, no qual envolve toda uma ritualização dos Kaingang da Terra Indígena Xapecó, com banhos de ervas, purificação, ensinamentos dos Kujá mais velhos, ou até mesmo ensinamentos pelos próprios guias, restrições alimentares (jejuar) e sexuais. O Kujá é um curandeiro e líder espiritual dentro da aldeia, possuem guias espirituais (jagrẽ) que podem ser animais, vegetais e santos do panteão católico, esses guias lhes dão ensinamentos sobre os remédios do mato e lhes acompanham nas práticas e curas, possuem a função de proteger a aldeia espiritualmente inclusive na festa do kiki koj, culto aos mortos, protegem as pessoas das almas dos que já faleceram. Os Kujá possuem o domínio de transitar entre o mundo dos vivos e dos mortos. A manifestação do guia espiritual para o Kujá acontece na hora em que a pessoa escolhida está totalmente purificada, o guia vai lhe proteger e dar ensinamentos. Ainda hoje o Kujá é muito respeitado pelos Kaingang, seu trabalho é espiritual e cultural onde não somente trabalha em sua região, mas também vai fazer seus trabalhos quando chamam em outras Terras Indígenas. A complexidade da cultura Kaingang vai além do nosso entendimento, muitas coisas são sagradas que somente os escolhidos podem entendê-la como é o caso dos Kujá.

2014

As Várias Faces da Violência na Terra Indígena Xapecó Século XX (1902 – 1989)

Getulio Narsizo 
Orientadora: Ana Lúcia Vulfe Nötzold

Resumo: Este trabalho de conclusão de curso – TCC, traz em seu desenvolvimento uma visão das faces da violência que o povo Kaingang sofreu na Terra Indígena Xapecó no período do Serviço de Proteção ao Índio – SPI e depois com a Fundação Nacional do Índio – Funai no recorte histórico que compreende o ano de 1902 á 1989. Nesse trabalho está sendo apresentado uma pequena parte da memória das velhas e respeitadas lideranças indígenas e de remanescente desse período. Procurei ouvir e transcrever partes dessas memórias com o objetivo de registrar a história de meu povo com a visão do índio falando do índio. Percebi nos vários momentos da pesquisa que muitas coisas e eventos violentos que os velhos passaram eles não autorizam o registro, isso porque segundo eles são coisas que só devem ser ouvidas e contadas aos e pelos índios Kaingang. Nesse TCC é possível perceber as mudanças violentas que ocorreram na organização social do povo Kaingang que vive na Terra Indígena, também a destruição do meio ambiente, exploração do trabalho indígena e desrespeito com o modo de ser Kaingang e por fim até a Constituição Federal de 1988.

2014

Histórias Kaingang

Sueli Krengre Cândido 
Orientadora: Ana Lúcia Vulfe Nötzold

Resumo: Este trabalho de conclusão de curso faz uma abordagem sobre as histórias que eram contadas entre os Kaingang da Terra Indígena da Guarita, como forma de buscar uma compreensão nas formas estabelecida para as contações. Apresenta também quais os tipos de histórias eram contadas e para quem eram transmitidos distintivamente, seja para crianças, jovens, adultos. Analisa ainda sobre a restrição dessas práticas de contações que são justamente as que trazem conhecimentos e aprendizagem para aquisição da moral e história na cultura Kaingang. Contudo, esse exercício possibilita para a compreensão das transformações no modo de contar as histórias, assim como na sua prática, aquisição e vivencia.

2014

Infância Indígena na Terra Indígena Xapecó-SC: Saber e Aprender

Valdemir Pinheiro 
Orientadora: Ana Lúcia Vulfe Nötzold

Resumo: A partir de um contexto cultural, essa pesquisa aborda a temática da Infância Indígena na Terra Indígena Xapecó-SC. Busco investigar a Infância Indígeba Kaingang e a minha infância. Ao longo da pesquisa buscarei trazer no contexto cultural as vivências da infância ligadas ao ambiente natural e social. Sendo assim trataremos diversos assuntos dentre eles a convivência com rios que cortam as aldeias, as fases da vida Kaingang, casamento, etc.